Wednesday, June 13, 2012

Optimus Primavera Sound 2012

Há cada vez menos festivais de música onde é a música que realmente importa e não apenas um pretexto para outros excessos. Quanto a isso o Primavera Sound é excepção. Assumindo-se como um festival 'alternativo', multifacetado e internacional (contabilizaram-se entre 70-80% de estrangeiros entre os festivaleiros), o Primavera atrai um público mais exigente e os seus cartazes estão sempre virados para o que de melhor se passa no mundo da música. A abundância de coisas boas espalhadas por vários palcos é uma das características do festival e leva a algumas sobreposições cruciais. É portanto, necessário fazerem-se escolhas - algumas delas realmente dolorosas - mas isso, de certo modo, faz parte do carisma deste festival.

Este Primavera não foi um festival perfeito, mas a verdade é que pouco lhe faltou. O tempo nem sempre esteve favorável - o vento estragava o som de alguns concertos e a chuva fez questão de assombrar o terceiro dia - mas, o único ponto negativo relevante que posso apontar à organização é a fila absurdamente longa e lenta que se formou para levantar bilhetes para o último dia de festival. Esse último dia seria dedicado a concertos em ambiente fechado e com lotação limitada pelo que era necessário garantir entrada no dia anterior. Na minha opinião (e na de qualquer pessoa minimamente inteligente), 4 horas fila (agravadas pela chuva insistente) não são admissíveis num evento desta dimensão. É sem dúvida um ponto a melhorar.

Antes de me virar para os concertos propriamente ditos deixo três agradecimentos principais: o primeiro dirijo-o à Ritmos - o promotor português do festival - pela ousadia de trazer para o Porto um dos melhores festivais do mundo; o segundo, vai para a comissão espanhola do festival por ter apostado na Invicta para expandir o Primavera e por fim, last but not least, agradeço à Câmara Municipal do Porto por ter deixado transformar o Parque da Cidade num dos melhores e mais bonitos recintos de festival de sempre (acreditem ou não mas, mesmo ali no coração da cidade, rivaliza com a beleza bucólica de Paredes de Coura).




É certo que esta edição portuense - a primeira investida do Primavera além-fronteiras -, não tem (ainda) a versatilidade e força do seu homónimo de Barcelona, mas este foi sem dúvida um excelente primeiro passo que só augura coisas boas para as próximas edições - com o sucesso estrondoso desta edição, já está, aliás, confirmada a edição de 2013.

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